A Filha do Gigante de Gelo

por | jul 21, 2021 | Notícias | 0 Comentários

Não é fácil definir quando foi que a gênese do bárbaro cimério, estudiosos de Robert Howard sugerem que o conceito já estaria sendo trabalhado num livro de mitologia que autor teria lido em 1913 quando ainda não tinha chegado aos 10 anos de idade. De uma forma ou de outra, Conan e a Era Hiboriana foram conceitos maturados ao longo dos anos que culminou no lançamento da Fênix na Espada em 1932.
 

No entanto, a Fênix na Espada não é a primeira incursão de Conan para fora da Ciméria, as histórias do bárbaro nunca foram publicadas em ordem cronológica, foram contos, poemas e novelas descrevendo passagens aleatórias da vida de Conan. Até que Howard apresenta aquela que seria a primeira aventura fora do território onde nasceu, intitulada por Gods of North em 1934, o título seria alterado em 1954 para Filha do Gigante de Gelo.

E por causa dessa característica de “primeiro passo” que a história serviu como base para as duas principais adaptações do personagem para os quadrinhos. O pequeno conto da Filha do Gigante de Gelo foi então a primeira história para a memorável revista Espada Selvagem de Conan que Roy Thomas escreveu com a arte de Barry Windsor Smith para a Marvel no início dos anos 1970. Anos depois, em novembro de 2003, quando os direitos do personagem passaram para a Dark Horse, eis que A Filha do Gigante de Gelo reinicia toda uma nova frente de publicação com Kurt Busiek nos roteiros.
 
Vários dos detalhes de publicação deste conto, passando pela mudança de nome do conto ou mesmo as inspirações que remontam outros escritos de quando o autor já se aventurava (muito antes do próprio cimério) na criação de uma literatura fantástica mergulhada nas lendas nórdicas e greco-romanas. Um completo panorama apresentado e desenvolvido por Alex Magnos na introdução.
 
Vamos então ao conto, pois de forma arrebatadora, em poucas páginas Robert Howard leva o leitor para uma batalha recém terminada da qual apenas o Conan se encontrava vivo. E como já mencionado, cronologicamente é uma das primeiras experiências do nosso protagonista fora da Ciméria que se envolveu numa guerra entre dois povos das terras geladas ao norte de sua região de origem.
E mesmo envolto em sangue do início ao fim do conto, Howard descreve o encontro do Conan com Atali, a filha de Ymir, com uma poesia brutal. Atali, A Filha do Gigante de Gelo, que aparece nos campos de batalha com objetivo de levar os sobreviventes para armadilhas mortais em honra a seu pai não esperava ser confrontada com o impossível, um mortal diferente de todos os outros que já tinha encontrado em sua vida imortal, um bárbaro cimério.
 
O formato de bolso escolhido pela Red Dragon permite que sua leitura aconteça a qualquer momento, e mesmo com poucas páginas não se resume ao conto, pois além da introdução já mencionada, temos como complemento um poema sobre a Ciméria, vários pequenos trechos de comentários do autor, o mapa da Era Hiboriana. Mas o mais interessante, e que toma um maior número de páginas, é o longo artigo (fictício ao mesmo tempo que historiográfico) escrito por Robert Howard para facilitar seu trabalho dentro do cenário e da cronologia dessa época tão distante, mas que se mescla com a própria história da humanidade.
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